domingo, 9 de janeiro de 2011

O 25 de Abril

Esolcola Tecnológica e Profissional de Penela Pólo de Penela
Curso EFA Instalação e Gestão de Redes Informáticas

Trabalho realizado por:
Fátima Silva
Rosinda Ramalho
Fátima Mendes
Penela, 02-07-2009
Índice
Introdução --------------------------------------------------------------------------3
Afinal o que foi o 25 de Abril? -------------------------------------------------4
Estado Novo-------------------------------------------------------------------------5
Transição para a Democracia---------------------------------------------------7
A Guerra Colonial----------------------------------------------------------------10
A Fadiga e o Descontentamento Militar-------------------------------------12
Conclusão--------------------------------------------------------------------------17
Bibliografia------------------------------------------------------------------------18

Introdução
Salazar foi um Ditador que governou Portugal durante 40 longos anos, onde não existia liberdade de expressão nem Democracia. Com o 25 de Abril tudo se alterou, embora em alguns aspectos não sendo para melhor, pois neste momento continuamos sendo um país pobre, embora com mais liberdade.
Com este trabalho pretendemos demonstrar o que foi o estado novo antes do 25 de Abril e o pós 25 de Abril. Tentamos mostrar as mudanças políticas que existiram, tanto a nível político como cultural. Mencionamos alguns direitos que as mulheres adquiriram na sociedade após o 25 de Abril que até então não existiam, assim como a sua igualdade.
Elaboramos também um inquérito sobre a guerra colonial onde incluímos uma história verídica. Referimos os factores de mudança desde o período Salazarista até aos dias de hoje.

Afinal, o que foi o 25 de Abril? O que aconteceu de tão importante nessa data?
Antes do dia 25 de Abril de 1974, o nosso país vivia mergulhado na tristeza e no medo. Durante mais de 40 anos, quem governou Portugal até esse dia foi Salazar e, logo a seguir, Marcelo Caetano, era a ditadura. Por não haver democracia, não se realizavam eleições livres e ficavam sempre os mesmos a mandar. As pessoas não tinham liberdade para dizer o que pensavam sobre o governo. Existia a PIDE, uma polícia política que vigiava, prendia e torturava quem tivesse ideias contrárias às do governo. Com o 25 de Abril, mudou muita coisa no nosso país, acabou a ditadura e começou a democracia. O povo português passou a ter liberdade porque aconteceu uma revolução, a Revolução dos Cravos. O povo saiu à rua para comemorar a festa da Democracia, com os soldados que nos libertaram da Ditadura. Toda a gente se abraçava. Os soldados colocaram cravos nos canos das suas espingardas, simbolizando uma mudança pacífica de regime. Muitos distribuíam cravos vermelhos. As pessoas gritavam «O POVO, UNIDO, JAMAIS SERÁ VENCIDO». Por este motivo, o dia 25 de Abril foi declarado «DIA DA LIBERDADE» e é feriado nacional.

PORTUGAL: REVOLUÇÃO E TRANSIÇÃO PARA A DEMOCRACIA

Estado Novo
Se recuássemos uns anos, até antes do 25 de Abril de 1974, não reconheceríamos Portugal.
Não havia liberdade porque existia a censura, uma actividade política, associativa e sindical quase nula e controlada pela polícia política, havia presos políticos, a Constituição não garantia os direitos dos cidadãos.
A informação e as formas de expressão cultural eram controladas, fazia-se uma censura prévia que abrangia a Imprensa, o Cinema, o Teatro, as Artes Plásticas, a Música e a Escrita. Estas medidas serviram para criar um estado repressivo, que dominava pelo medo e pela ignorância. Para esta situação ajudavam também as más condições de vida de grande parte da população e as elevadas taxas de analfabetismo. Era mais fácil para Salazar dominar uma sociedade pobre e sem cultura.
A actividade política estava condicionada, porque não existiam eleições livres e a única organização política aceite era a União Nacional/Acção Nacional Popular. A oposição ao regime autoritário de Salazar e depois de Marcelo Caetano, era perseguida pela polícia política (PIDE/DGS) e tinha de agir na clandestinidade ou refugiar-se no exílio, (onde esteve Mário Soares e Álvaro Cunhal).
Os oposicionistas, sob a acusação de pensarem e agirem contra a ideologia e prática do Estado Novo, eram presos em cadeias e centros especiais de detenção, em Caxias, Aljube e Tarrafal.
A Constituição não garantia o direito dos cidadãos à educação, à saúde, ao trabalho, nem à habitação. Não existia o direito de reunião e de livre associação e as manifestações eram proibidas.
Enquanto a maioria dos países colonizadores já haviam entregado as suas colónias, Portugal mantinha o domínio sobre as colónias portuguesas e com uma guerra colonial sobre as mesmas. Portugal encontrava-se praticamente isolado da comunidade internacional.
Embora algumas províncias já tivessem sido entregues, Portugal estava envolvido na guerra colonial em Angola, na Guiné e em Moçambique, o que gerou o protesto de milhares de jovens e se transformou num dos temas dominantes da oposição ao regime, com especial realce para os estudantes universitários. Para tal, o país viu-se obrigado a investir grandes esforços numa guerra colonial de pacificação, atitude que contrastava com o resto das potências coloniais que tratavam de assegurar-se da saída do continente africano da forma mais conveniente.
A guerra colonial gerou conflitos entre a sociedade civil e militar, tudo isto ao mesmo tempo que a fraca economia portuguesa gerava uma forte emigração.
Desde as lutas liberais na primeira metade do século XIX que o país vive divisões e conflitos internos. Ainda assim foi um período de progresso sobretudo na segunda parte do século XIX, contudo a tensão foi enorme nas últimas décadas da Monarquia e que se acentuara após uma república, com sucessivos governos a "caírem" e inflações descontroladas. A actualidade política portuguesa, definida pela existência de uma lei fundamental (Constituição) em que se baseia o sistema de governo teve o seu início no séc. XIX, após a Revolução de 1820. As transformações políticas e culturais então ocorridas possibilitaram a instauração em Portugal de uma Monarquia Constitucional. Uma nova revolução, ocorrida em 1910, pôs fim ao regime monárquico. A proclamação da República, a 5 de Outubro, procura levar até às últimas consequências os princípios democráticos herdados do século anterior, substituindo no cume da pirâmide política um Rei hereditário por um Presidente eleito pelos cidadãos. Em 28 de Maio de 1926, um golpe de estado de características ideológicas pouco definidas irá, porém, instaurar em Portugal uma ditadura. Na sua sequência, em 1933, uma nova Constituição marca o início do Estado Novo, regime autoritário que governará os portugueses até meados da década de 70. É neste cenário de instabilidade que o país vive até 1974.

Transição para a Democracia
Salgueiro Maia, foi um dos distintos capitães do Exército Português que liderou as forças revolucionárias durante a Revolução dos Cravos, que marcou o final da ditadura.
A restauração da Democracia só virá a ter lugar quando, a 25 de Abril de 1974, um movimento militar põe fim à arbitrariedade que tinha caracterizado a ordem política deposta. As normas constitucionais a seguir promulgadas, expressas na Constituição de 1976, são as que, basicamente, se encontram ainda em vigor.
Forma-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por militares, e que procederá a um governo de transição. O essencial do programa do MFA é, amiúde, resumido no programa dos três D: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.
Entre as medidas imediatas da revolução contam-se a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura. Os sindicatos livres e os partidos foram legalizados. Só a 26 de Abril foram libertados os presos políticos, da Prisão de Caxias e de Peniche. Os líderes políticos da oposição no exílio voltaram ao país nos dias seguintes. Passada uma semana, o 1º de Maio foi celebrado legalmente nas ruas pela primeira vez em muitos anos. Em Lisboa reuniram-se cerca de um milhão de pessoas.
Portugal passou por um período conturbado que durou cerca de 2 anos, geralmente referido como PREC (Processo Revolucionário em Curso), marcado pela luta e perseguição política entre as facções de esquerda e direita. Foram nacionalizadas as grandes empresas. Foram igualmente "saneadas" e muitas vezes forçadas ao exílio personalidades que se identificavam com o Estado Novo ou não partilhavam da mesma visão política que então se estabelecia para o país. No dia 25 de Abril de 1975 realizaram-se as primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte, que foram ganhas pelo PS. Na sequência dos trabalhos desta assembleia foi elaborada uma nova Constituição, de forte tendência socialista, e estabelecida uma democracia parlamentar de tipo ocidental. A constituição foi aprovada em 1976 pela maioria dos deputados, abstendo-se apenas o CDS.
A guerra colonial acabou e, durante o PREC, as colónias africanas e Timor-Leste tornaram-se independentes.
Existem actualmente dois pontos de vista dominantes na sociedade portuguesa em relação ao 25 de Abril. Quase todos reconhecem, de uma forma ou de outra, que o 25 de Abril representou um grande salto no desenvolvimento político-social do país.
As pessoas mais à direita lamentam a forma como a descolonização foi feita e as nacionalizações feitas no período imediato ao 25 de Abril de 74 que condicionaram demasiado o crescimento de uma economia já então fraca.
Hoje é difícil imaginar como era Portugal antes do 25 de Abril de 1974. Mas, se pensarmos que, por exemplo, as escolas tinham salas e recreios separados para rapazes e raparigas, que normalmente só os rapazes frequentavam a escola, porque as raparigas não eram obrigadas por lei a frequentar o ensino regular, por esta razão apenas iam à escola as que eram autorizadas pelos pais. A escola era obrigatória só até à 4ª classe e que muitos discos e livros estavam proibidos, que existiam nas Rádios listas de música que não se podia passar, havia bens de consumo que não se podiam importar, assim como não se podia sair livremente do país, pois sobre todos os rapazes de 18 anos pairava o fantasma da guerra, será mais fácil compreender porque é que a Mudança teve de acontecer e como é que Portugal se tornou diferente.
Mas nem tudo foi mau, embora fosse um ditador António Oliveira Salazar que no inicio era ministro das Finanças, teve o dom de controlar uma inflação, conseguindo controlar as finanças. Passou a presidente do Conselho aquando da remodelação do governo em 1933 começando aí a designação do Estado Novo.
O regime era fortemente centralizado pelo governo / estado e ditatorial. Para isso conseguiu finalmente impor uma acalmia e uma ordem social no país, contando para isso com uma polícia específica para o efeito.
Primeiro PVDE (Polícia de Vigilância e de Defesa do Estado). Depois alteraram o nome para PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado) este foi o que perdurou mais tempo, por fim DGS (Direcção Geral de Segurança) já com Marcelo Caetano, era presidente do Conselho de Ministros em 1968 após a saída de Salazar sobretudo por incapacidade física provocada por uma queda.
Após a 2 ª Guerra Mundial o mundo transformava-se enquanto Portugal se mantinha estático e inabalável como se o tempo tivesse parado. Enquanto outras potências coloniais se começavam a desfazer dos seus impérios, Portugal mantinha as suas colónias através da força de defesa militar, que teve inicio em 1961 na Guiné-Bissau e que depressa se estendeu a Angola e Moçambique. Já nesse ano de 1961 Portugal tinha perdido como praças de Goa, Damão e Diu para a União Indiana.
A guerra em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau aumentava, o inimigo cada vez mais bem apetrechado belicamente sobretudo com armas Soviéticas mas também Americanas. Os anos sucediam-se e a guerra sem fim à vista cansava o sector militar que já mostrava algum cansaço. Na Guiné-Bissau uma situação já era tão descontrolada que na reunião da ONU (organização das nações unidas) de 25/9/73, 47 países reconheceram uma Guiné-Bissau como independente. A sociedade civil também descontente em que as famílias portuguesas viam os seus filhos partirem para uma guerra longe, com um tempo de serviço militar obrigatório quase sempre superior a três anos. No entanto, a economia crescia fortemente, especialmente após 1950 e Portugal foi mesmo co-fundador da EFTA, OCDE e NATO. A Administração das colónias custava a Portugal um aumento percentual anual no seu orçamento e tal contribuiu para o empobrecimento da Economia Portuguesa, pois o dinheiro era desviado de investimentos infra-estruturais na metrópole. Até 1960 o país continuou relativamente pobre, o que estimulou a emigração, após a Segunda Guerra Mundial, para países em rápido crescimento e de escassa mão-de-obra da Europa Ocidental, como França ou Alemanha. Para muitos o Governo português estava envelhecido, sem resposta aparente para um mundo em grande desenvolvimento.

A GUERRA COLONIAL (inquérito feito a um ex – Militar)
No tempo da ditadura os jovens aos 20 anos eram obrigados a frequentar o percurso militar em África integrados na guerra, (Moçambique, Guiné e Angola), na sua consequência morreram milhares de africanos e portugueses.
Esta guerra era consecutiva, ou seja quando regressavam uns já lá estavam outros para os substituir.
O embarque surgia em Lisboa, onde até aqui eram acompanhados geralmente pelos familiares, principalmente pelos pais e irmãos, era um adeus muito doloroso, que comovia toda a gente.
Os militares despediam-se com fortes abraços e cheios de lágrimas, entravam no navio e diziam adeus, assim como os seus familiares que acenavam com lenços brancos a chorar até que se perdesse de vista totalmente.
Pois para muitos era o último adeus, alguns nunca mais os viam, outros regressavam inutilizados, e outros regressavam novamente aparentemente bem.
Dizemos aparentemente bem porque estas pessoas ficam traumatizadas com tanta tortura que vêem pela frente, pois deviam ser submetidas a tratamentos especializados para recuperar a normalidade, os que não o faziam, ficavam com problemas para toda a vida.
Estes soldados formavam uma companhia que era constituída com cerca de 150 elementos, da qual fazia parte um capitão e um chefe de equipa que os acompanhava nos seus percursos.
Os soldados viviam em péssimas condições, o quartel era vedado apenas com chapas de metal, para conseguirem dormir tinham que ter uma rede mosqueiro por causa da epidemia dos mosquitos, entre outros aspectos negativos que contribuíam para o seu desconforto. Enquanto que o capitão da companhia que os obrigava a tudo, tinha uma casa de pedra com boas regalias, situada no meio dos soldados para ainda o proteger caso fosse necessário.
Quando iam para o mato fazer uma emboscada, era sempre durante a noite e o capitão vigiava em avioneta, onde ia perguntando através de frequência de rádio se já havia baixas (mortes) se respondessem que não então mandava-os avançar, pois o seu objectivo era matar quanto mais melhor, de repente surgia uma rajada de fogo e eles tinham que se deitar rapidamente pelo chão fora para não serem atingidos, (era à caça de homem para homem).
Muitas vezes quando regressavam para casa, deparavam-se com grandes obstáculos, os adversários travavam o caminho com enormes troncos de árvores, que depois tinham que os serrar com um motosserra para os conseguir retirar, não tendo outra alternativa. Logo este barulho era um grande alarme, que posteriormente dava inicio novamente a uma invasão de tiroteio, que os deixava completamente abalados.
Quando regressavam geralmente não retomavam o mesmo caminho, pois era perigoso porque os outros estavam à espera deles no mau sentido. O carro que os transportavam, eram carros com chapas blindadas, que os protegiam quando necessário.
Tinham outro tipo de carro de guerra que usavam quando enfrentavam mais directamente os adversários no mato, este carro lançava rajadas de fogo sem correr grande risco, porque este era também blindado e apenas tinha uma janelinha do tamanho de uma moeda. O maior risco que corria neste caso era se passa-se por cima de minas (bombas explosivas), pois então o carro explodia ficando resumido em pedaços.
As minas eram realmente grandes armadilhas que eles usavam, pois os carros que lhes passassem por cima não tinham qualquer hipótese, então os soldados muitas vezes usavam um pau com um prego na ponta, que iam com este picando a terra batida por onde circulavam os carros, pois as minas eram colocadas dentro de uma caixa de madeira, então este pau que utilizavam se picasse alguma ficava preso, porque o prego que tinha na ponta espetava a madeira.
Como os soldados não corriam risco neste aspecto, porque o seu peso não era suficiente para as minas explodirem, então inventaram outras mais leves que colocavam à superfície do solo. Na qual muitos soldados ao ter a infelicidade de lhe passar por cima ficaram inutilizados, ficando sem pernas, braços, etc. e outros acabavam mesmo por morrer.
Este ex – Militar por último referia que durante todo o percurso viviam num inferno diariamente, na qual tinham consciência que os Africanos tinham razão da persistência pela luta do seu território, pois a eles lhes pertencia.
A fadiga e o descontentamento Militar
A fadiga e o descontentamento militar levaram os militares a fazerem reuniões secretas que começaram em Agosto e Setembro de 1973 pela qual se prolongaram pelo inicio de 1974. Em 22/2/74 foi lançado o livro "Portugal e o Futuro" de A. Spínola. No inicio de 1974 Marcelo Caetano em visita a Londres foi recebido em ambiente hostil e de contestação devido à situação colonial.
Destas reuniões secretas nasceu a ideia de se realizar o golpe militar no 1º de Maio aproveitando as habituais escaramuças do dia do trabalhador para assim se fazer o golpe antes e apanhar o regime desprevenido. E daí o golpe de 16/4/74 do Regimento de Infantaria 5 das Caldas da Rainha com cerca de 200 homens entre praças, Sargentos e oficiais, que mal planeado, a 3 quilómetros de Lisboa souberam que estavam sozinhos e voltaram para trás, vindo a ser detidos.
A PIDE acreditou no embuste dos revoltosos tentarem o golpe só no dia 1 de Maio, desenvolvendo os meios e estando em alerta para esse dia específico e sobretudo tendo uma lista de captura de oficiais entre eles Otelo Saraiva de Carvalho para o dia 27 de Abril.
Diz-se que foi uma revolução porque a política do nosso País se alterou completamente.
Mas como não houve a violência habitual das revoluções manchada de sangue inocente, o povo ofereceu flores (cravos) aos militares que os puseram nos canos das armas. O povo português fez este golpe de estado porque não estava contente com o governo de Marcelo Caetano, que seguiu a política de Salazar, o Estado Novo, que era uma ditadura. Esta forma de governo sem liberdade durou cerca de 48 anos.
Daí o golpe de estado 25 de Abril ter-se dado pela questão militar do Ultramar e não pela razão do regime ser uma ditadura anti-democrática e contra a liberdade de expressão, já que politicamente os opositores do regime estando exilados ou presos não terem qualquer poder ou forma de fazer face ao regime pela força. A sua força era a cultura de outros ideais que irritavam o governo fascista que queria manter uma situação imutável e o povo na ignorância.
Um movimento singular, produto de uma acção planeada e executada exclusivamente por militares, sem grande comprometimento ou articulações com forças partidárias civis. A sua unicidade traduziu-se por essa autonomia e pelo objectivo de democratizar as instituições e possibilitar a resolução do problema colonial pela via das negociações.
Salgueiro Maia contou que a operação foi planeada sobre o mapa turístico de Lisboa.
A difusão das canções e Depois do Adeus, na véspera, e Grândola Vila Morena no próprio dia 25, deu o mote para o início das operações. Pelas 3 horas da manhã saiu da Escola Prática de Cavalaria na Pontinha, uma força de 231 homens comandados por Salgueiro Maia com destino ao Terreiro do Paço.
Ao longo do percurso foram vencendo todos os resistentes que se lhes opunham, a Polícia de Choque, uma coluna da Administração Militar de Lisboa (AML) do Regimento de Cavalaria 7 (RC7).
Entretanto são lidos por Joaquim Furtado aos microfones da Rádio Clube Português ocupado os comunicados do MFA à população.
Entre as 15 horas e as 17 horas e 30 minutos têm lugar as negociações entre o posto de comando do MFA e Salgueiro Maia, por um lado e Marcelo Caetano por outro. O ainda Presidente do Conselho contacta o general António Spínola para lhe entregar o Poder, no Quartel do Carmo, depois do aval do MFA.
Marcelo Caetano com os membros do Governo que são evacuados em carros blindados para a Pontinha. Ao fim da tarde, rende-se o Regimento de Lanceiros 2 e pelas 18 e 40 horas a RTP difunde o seu primeiro Telejornal livre onde reproduz o comunicado do MFA anunciando a rendição do Governo.
Ao longo do dia e em acto contrário às solicitações do MFA, o povo foi ocupando a Baixa da cidade exultando de alegria, felicitando o golpe, entoando o Hino Nacional. Era a prova da convergência de vontades entre o povo e as forças do golpe.
Este dia que durou mais de 24 horas, teve a dimensão de uma nova vida de todo um povo que desperta de uma sonolência imposta ao longo de meio século.
No dia 29 de Abril, regressa a Portugal, à estação de Stª Apolónia, o líder do Partido Socialista (PS), Dr. Mário Soares, e no dia seguinte o líder do Partido Comunista (PCP), Dr. Álvaro Cunhal, regressa também a Portugal, ao Aeroporto de Lisboa.
A manifestação do primeiro de Maio, dia do Trabalhador, reuniu em Lisboa cerca de 500.000 pessoas. Outras grandes manifestações decorreram nas principais cidades do país. No dia 16 de Maio dá-se a tomada de posse do 1º Governo Provisório presidido pelo Dr. Adelino da Palma Carlos. Deste governo fizeram parte, entre outras figuras, o Dr. Mário Soares, o Dr. Álvaro Cunhal e o Dr. Francisco Sá Carneiro, líder do Partido Popular Democrático (PPD).
As primeiras eleições livres, realizaram-se a 25 de Abril de 1975. Num acto eleitoral com uma taxa de participação de 91.7%, os portugueses elegeram a Assembleia Constituinte, incumbida de elaborarem e aprovar a Constituição da República, a 2 de Abril de 1976, a Assembleia Constituinte aprovou a Constituição da República. Com estas eleições, e depois do 25 de Abril de 1974 um dos direitos que as mulheres portuguesas adquiriram foi uma autêntica revolução. Abriram-se as portas para a conquista de um lugar digno na sociedade, em igualdade de direitos com o homem, e não numa mera posição subalterna. Eram poucas as mulheres que trabalhavam e as que o faziam, ganhavam o salário inferior aos homens em (40%). Já a constituição de 1933 tinha estabelecido o princípio da igualdade entre cidadãos perante a Lei mas o que obviamente dizia respeito à mulher, eram referenciadas diferenças resultantes da natureza da mulher e do bem-estar da família, da sua importância como elemento unificador. Basicamente a mulher estava assim na segunda linha na família e também na sociedade.
No Estado Novo dentro da família os direitos eram exercidos pelo marido. A Lei Portuguesa da altura designava o marido como chefe de família, a mulher casada acabava por ter menos direitos que a mulher solteira que era considerada uma cidadã de plenos direitos, o que queria dizer que basicamente não tinha homem para os exercer na sua vez.
À mulher foi-lhe concedido o direito de voto a partir de 1931, sendo que já fortemente condicionado pela ditadura, poderia exercer esse direito desde que fosse diplomada ou tivesse terminado o secundário, ao homem era apenas exigido que soubesse ler e escrever. A mulher não podia exercer nenhum cargo político e não tinha os mesmos direitos na educação dos filhos, o pai tinha a sua função sobrevalorizada e a mãe subvalorizada pelo facto de que perante a lei apenas deveria ser «ouvida».
Quanto aos divórcios, havia muito menos que nos dias de hoje…basicamente o divórcio era proibido nos casamentos católicos, pelo que todas as crianças nascidas posteriormente ao primeiro casamento eram consideradas ilegítimas. Quanto às profissões as limitações também eram algumas, as mulheres não tinham acessos a profissões que eram designadas exclusivamente para os homens tal como: Magistratura, Diplomacia, Politica, militar.
Por exemplo antes do 25 de Abril as mulheres casadas não podiam mexer nas suas propriedades. Também certas profissões tinham limites de direitos; as enfermeiras, as hospedeiras do ar não podiam casar e as professoras não podiam casar com qualquer pessoa, sendo que caso quisessem transgredir e casar tinham que para isso pedir autorização, que depois de concedida saía publicado em Diário da Republica e mais, estava também escrito que uma professora nunca poderia casar com alguém que ganhasse menos que ela.
Uma mulher casada não podia por exemplo ir para o estrangeiro sem que tivesse uma autorização do marido e também sem autorização não poderia trabalhar! Basicamente o marido tinha poder perante a lei para chegar ao local de trabalho da mulher e dizer que não a autorizava a trabalhar e ela tinha que ser despedida. Tinha também o direito de abrir a correspondência da mulher, face ao código civil, a mulher podia ser repudiada pelo marido no caso de não ser virgem na altura do casamento. O aborto era punido, e as mulheres não estavam autorizadas a utilizar contraceptivos a não ser para fins terapêuticos. Como muitos distritos não tinham maternidade a maioria (43%) dos partos ocorria em casa sendo que (17%) não possuíam o mínimo de assistência médica, ocorrendo muitas vezes problemas de grande gravidade tanto com as mães como com os bebes.
Actualmente todas as pessoas têm acesso ao sistema de saúde materno, sendo devidamente assistida desde o inicio da gravidez.

Conclusão
Com a elaboração deste trabalho fizemos uma abordagem aos aspectos positivos e negativos antes e após o 25 de Abril, e os seus respectivos governantes integrados na Ditadura e na Democracia.
Fizemos uma análise relacionada com a Ditadura referindo a forma como o país foi governado durante 48 anos.
Abordámos também a Guerra Colonial que teve uma duração de 13 anos (1961 – 1974), na qual fizemos um inquérito a uma pessoa ex – Militar, que frequentou a Guerra na Guiné.
Mencionámos a transição para a democracia e quais as suas vantagens e desvantagens.
Nós pensamos que com o 25 de Abril houve mais liberdade, e isso foi uma grande vantagem porque temos a liberdade de nos expressarmos com mais autonomia. Assim como as mulheres passaram a ter outros direitos, que até então não usufruíam.
Mas também trouxe algumas desvantagens como por exemplo em termos judiciais, deparamo-nos actualmente com uma justiça muito lenta e por vezes injusta.

Bibliografia
Fontes de informacäo:Wikipedia,Google,Biblioteca Nacional
Http://web.educom.pt/~pr1305/abril_oquefoi.htm
Http://translate.google.pt/translate?hl=pt-PT&sl=en&u=http://abril25.paginas.sapo.pt/&ei=gZsBStfhEsOfjAej6IWABw&sa=X&oi=translate&resnum=1&ct=result&prev=/search%3Fq%3D25%2Bde%2Babril%2Bde%2B1974%26hl%3Dpt-PT%26cr%3DcountryPT

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